Precognição consciente
2016
Resumo
Este causo é representativo do fenómeno da precognição, o "conhecimento prévio e entendimento de um fato ou acontecimento futuro, que ainda virão a ocorrer." (Conscienciopedia, 2010). Trata-se de um caso de precognição metódica, ou seja, uma previsão realizada conscientemente através de determinada técnica.
Os fenómenos que aqui me proponho abordar ocorreram na altura em que frequentava o liceu. A minha participação num quiz que ocorreu no final de uma palestra a que havia ido assistir foi o gatilho para o despontar de fenómenos anómalos, sincronisticos e poltergeist, que ocorreram enquanto eu orava por um sinal que pudesse revelar o momento da minha participação.
Caso
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Escola Fernão de Magalhães |
A tarde em que tudo ocorreu parecia ser uma como qualquer outra. As aulas estavam perto do fim e eu cada vez mais desejoso de poder voltar para casa. Quando a campainha sinalizando o começo da penúltima aula, apressei-me a passos largos até à sala onde esta decorreria, para ser então informado de que no lugar da seguinte realizar-se-ia uma palestra sobre as alterações climáticas no anfiteatro do nosso liceu. Quando a hora chegou e fui até lá, fiquei surpreso com a quantidade de alunos lá presentes. O espaço estava a abarrotar! Além da nossa turma, encontravam-se lá umas outras duas, alguns professores e duas jovens que se apresentaram como as palestrantes.
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Anfiteatro do Liceu |
A palestra decorreu normalmente.
Já perto do final, as duas jovens anunciaram que seria feito um pequeno jogo:
Os alunos seriam agrupados em duplas, cada uma com um número identificativo correspondente registado num pequeno papel; as palestrantes recolheriam, então, todos os papeis e guardariam-os dentro de um saco de pano, onde seriam baralhados e, por fim, sorteados. Quando saísse determinado número, o grupo ao qual o mesmo estivesse associado, teria de responder a uma questão sobre o tema da palestra. O jogo terminaria apenas quando não restasse papel algum no saco.
Na altura, sendo eu uma pessoa especialmente inibida, fiquei extremamente desconfortável com a ideia de que teria de me expor daquela forma, perante tanta gente.
Questionava-me incessantemente, motivado por um intenso desejo de uma resposta que pudesse pacificar tão desagradável sentimento, sobre o momento em que a sorte faria a sua escolha. De súbito, para tantas indagação, cujas respostas pareciam não existir, surgiu algo; uma recordação de algo que, no passado, já me havia socorrido em ocasiões semelhantes; uma procedimento que me havia sido revelada e que através da qual se tornava possível fazer previsões sobre a ocorrência de determinados eventos num futuro próximo. De modo geral, o processo consistia em estabelecer uma profunda e intensa conexão com Deus e aguardar, sem qualquer vestígio de dúvida, que as respostas se manifestassem simultânea e paralelamente através de um sinal externo e de um sinal interno.
Atentei-me, então, aos detalhes do que me rodeava, procurando o Sinal que revelasse o momento em que a nossa dupla seria chamada.
Poucos grupos ainda haviam sido sorteados, e à medida que o tempo passava, a ansiedade e a tensão consumiam-me cada vez mais, Mais e MAIS... Até que, subitamente, a luz do anfiteatro foi abaixo. A inquietação instalou-se no local! A sala havia sido mergulhada na escuridão, contudo, não houve um outro momento em que enxerguei com tamanha clareza! Revelou-se então aquele que sempre me acompanhava nos momentos de maior tensão. Era algo como uma exclamação divina, um impulso que atestava a veracidade do Sinal que se manifestou pela Luz. Movido por essa voz, virei-me para o meu colega de grupo e sem qualquer sombra de dúvida profetizei: "A nossa dupla será a seguinte a ser chamada."
Assim que a luz voltou, a mulher retornou à mesa sobre a qual o saco aguardava, colocou dentro dele a sua mão e de lá retirou um pequeno papel. Desembrulhou-o e, depois de o ler, exclamou em voz alta: “Número 19”. Era precisamente o número da nossa dupla!
Análise
Sincronicidades
Todos a cadeia de eventos que decorreu, queda da luz (sinal externo), a intuição (sinal interno) e a nossa chamada (acontecimento), estão conectados de forma sincronística. A sincronicidade, segundo o psiquiatra Carl Gustav Jung, é uma coincidência significativa entre o que acontece dentro e o que acontece fora. Estas relações curiosas entre a mente inconsciente e a matéria, podem ser observadas no caso quando, no memento em que a luz se foi a baixo, paralelamente, veio a mim uma forte intuição atestando a veracidade daquela ocorrência.
Assim como a causalidade descreve a sequência dos acontecimentos, a sincronicidade lida com a coincidência de eventos. Assim, os eventos, já referidos, não têm qualquer relação de causa e efeito, mas estão conectados graças ao significado que eu lhes atribuía com base na técnica.